quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

AUTOFAGIA PARLAMENTAR
Algumas cenas lembraram a história do escorpião e o sapo.
No mesmo palco onde fora perpetrada a condescendência criminosa, ontem, os autores desta ação, apareceram travestidos de paladinos da moral, isso porque, lhes faltou a coragem para defenderem com unhas e dentes a corrupção e os assaltos ao erário, o que não deixou de ser, haja vista, da desnecessidade daquela sessão de desdizer.
Os falsos paladinos assinaram o mais vergonhoso atestado de burrice tornando-o, histórico sim, pois a maioria já havia se manifestado publicamente, só que nas sombras, na covardia, suas reais personalidades, ao manterem um condenado como Deputado, seu colega de “trabalhos”.
Já se lançou nos anais mais essa ópera bufa levada a efeito, lamentavelmente, no Congresso Nacional, que mais será lembrada como uma autofagia.
Após a sessão de absolvição de Donadon, vários foram os Deputados que se lançaram em defesa do mesmo publicamente, inclusive atacando o Judiciário, contra quem diziam essas figurinhas mefistofélicas, que não poderia impor decisão contra parlamentares, e tão somente, a Câmara Federal poderia decidir, e que o Judiciário estava agindo como justiceiro.
E me vem essas mesmas figurinhas fementidas, usar da tribuna para dizer da rejeição ao condenado judicialmente, por ser persona non grata ao parlamento, o mesmo que lhe concedeu anteriormente, repito, sua manumissão.
Donadon deve ter usado do mesmo cálice que utilizara quando instado a se pronunciar em casos semelhantes, e fora abraçado e até beijado por vários Judas Escariote antes da votação.
Ainda há xiitas no Brasil, que se lançarão subservientemente para votarem nesses pestilentos, os quais mandam às favas todo e qualquer sentimento de moralidade administrativa.
Como bem sabido até por demais, esta encenação simplesmente deu-se em virtude do grito popular do povo ordeiro, esse que sim, é preocupado com o estado de direito deste País, e que também não suporta mais transformarem as sedes dos Poderes em verdadeiras pocilgas, e ainda, por vir ai, a famigerada eleição, quando aqueles 488 se lançarão mais uma vez, em busca de se perpetuarem no Poder Legislativo, lamentavelmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário