AUTOFAGIA PARLAMENTAR
Algumas cenas lembraram a história do escorpião e o sapo.
No mesmo palco onde
fora perpetrada a condescendência criminosa, ontem, os autores desta ação,
apareceram travestidos de paladinos da moral, isso porque, lhes faltou a
coragem para defenderem com unhas e dentes a corrupção e os assaltos ao erário,
o que não deixou de ser, haja vista, da desnecessidade daquela sessão de
desdizer.
Os falsos paladinos
assinaram o mais vergonhoso atestado de burrice tornando-o, histórico sim, pois
a maioria já havia se manifestado publicamente, só que nas sombras, na covardia,
suas reais personalidades, ao manterem um condenado como Deputado, seu colega
de “trabalhos”.
Já se lançou nos anais
mais essa ópera bufa levada a efeito, lamentavelmente, no Congresso Nacional,
que mais será lembrada como uma autofagia.
Após a sessão de
absolvição de Donadon, vários foram os Deputados que se lançaram em defesa do mesmo
publicamente, inclusive atacando o Judiciário, contra quem diziam essas
figurinhas mefistofélicas, que não poderia impor decisão contra parlamentares,
e tão somente, a Câmara Federal poderia decidir, e que o Judiciário estava
agindo como justiceiro.
E me vem essas mesmas figurinhas
fementidas, usar da tribuna para dizer da rejeição ao condenado judicialmente,
por ser persona non grata ao parlamento, o mesmo que lhe concedeu
anteriormente, repito, sua manumissão.
Donadon deve ter usado
do mesmo cálice que utilizara quando instado a se pronunciar em casos
semelhantes, e fora abraçado e até beijado por vários Judas Escariote antes da
votação.
Ainda há xiitas no
Brasil, que se lançarão subservientemente para votarem nesses pestilentos, os
quais mandam às favas todo e qualquer sentimento de moralidade administrativa.
Como bem sabido até por
demais, esta encenação simplesmente deu-se em virtude do grito popular do povo
ordeiro, esse que sim, é preocupado com o estado de direito deste País, e que
também não suporta mais transformarem as sedes dos Poderes em verdadeiras
pocilgas, e ainda, por vir ai, a famigerada eleição, quando aqueles 488 se
lançarão mais uma vez, em busca de se perpetuarem no Poder Legislativo,
lamentavelmente.
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