quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

GREGÁRIOS DOS “PALADINOS”
NO BANCO DOS RÉUS
No banco dos réus da Auditoria Militar do Estado do Pará, no dia de amanhã, sentar-se-ão os policiais militares da PMPA, cb João Carlos oliveira – J Carlos e cb Arlindo da Silva Costa – S Costa, ambos acusados da pratica reiterada do crime de Violação de Domicílio Qualificado, com capitulação no Art. 226 § 1º do Código Penal Militar.
Os dois praticaram o crime sob as ordens dos hoje deputados Eder Mauro e Neiil Duarte.
O julgamento terá inicio às 09hs00, atuando na acusação o intrépido Promotor de Justiça Armando Brasil, e na defesa dos dois desregrados o sapiente advogado Paulo Ronaldo, sendo a presidência da sessão do erudito juiz Lucas de Jesus, atuando no Conselho dois capitães um major e um tenente pertencentes à Polícia Militar.
Este tipo de julgamento na Justiça Militar se tornou rotineiro tendo em vista a ação firme do Ministério Público Militar, em combater os gregários da dupla de falsos paladinos, que sempre se saem das broncas espirrando as responsabilidades aos seus serviçais como J Carlos e S Costa, que foram reconhecidos pelas vítimas e testemunhas como os verdadeiros arrombadores de suas residências.
O que nos parece é que as Policias estão recheadas e comandadas por “alguns” psicopatas aplaudidos por analfabetos funcionais motivados por uma “imprensa” não menos, que os rotula de paladinos; claro, recebem parte do butim para os elogios inglórios. (Charge copiada direito do autor - ilustrativa).
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MILICIANOS EM AUDIÊNCIA
O juiz militar Lucas de Jesus designou o dia 15 de dezembro às 10hs00, audiência de oitiva de testemunhas no rumoroso processo dos milicianos que tem três presos, Romero Guedes Lima, Heleno Aranud Carmo Lima e Reutman Coelho Spíndola, os demais em liberdade são Wesley Favacho Chagas, Marcos Antonio dos Santos Cardoso e Michael Megaron Nascimento Nascimento, todos estarão na audiência.

         Os indiciados Romero Guedes Lima, Heleno Aranud Carmo Lima e Reutman Coelho Spíndola, os demais em liberdade são Wesley Favacho Chagas, Marcos Antonio dos Santos Cardoso e Michael Megaron Nascimento Nascimento, tiveram suas denúncias recebidas por infligência ao disposto no Art. 150 do Código Penal Militar, que refere como crime de Organização de Grupo para prática de violência, quanto a Romero Guedes Lima e Heleno Arnaud Carmo Lima, estes foram também indiciados q nas sanções punitivas nos crimes de Furto Qualificado e Concussão, tipificados, respectivamente, nos artigos 240, § 6º, IV, e 305 do Código Penal Militar.

Quanto os demais envolvidos alcançados pelas investigações, estão sendo denunciados pelo Promotor Armando Brasil, que deverá encaminhar a exordial acusatória na próxima semana, haja vista a diversificação dos crimes cometidos pelo bando num total de 19 policiais.

Este processo encontra-se em celeridade haja vista os indiciados presos, havendo uma previsão de julgamento deste no segundo trimestre de 2018, já tendo havido outras oitivas assim como quatro decisões interlocutórias do juiz militar Lucas de Jesus, dentre elas a que afastou três denunciados quanto aos crimes indicados na denúncia, assim como negou a revogação de prisões e devolução de objetos apreendidos e levados aos autos.(Charge copiada direito do autor - ilustrativa).

terça-feira, 28 de novembro de 2017

BOMBEIRO MILITAR SERVINDO COMO  FLANELINHA
POLICIAIS DESVIADOS PARA TJE/MP LEVA  CAOS NA SEGURANÇA PÚBLICA

       Inicio esta postagem, tomando emprestado, parte de uma decisão judicial exarada pelo juiz federal no Rio de Janeiro Alberto Nogueira Júnior, que assim se impõe: “... a partir do advento do art. 42, § 3º da CF/88, passou a ser vedado aos militares acumularem sua função com outra civil permanente; que a proibição continuou a existir sob a égide da norma do art. 142, § 3º, II da CF/88, com a redação dada pela Emenda Nº 18/98; que o art. 17, § 1º dos ADCT/88 permite a acumulação do cargo de médico militar com outro de mesma natureza, na Administração Direta ou Indireta, desde que já se pudesse verificar a acumulação no momento da promulgação da Constituição; que o art. 142, § 3º., VIII da CF/88 não previu, dentre as hipóteses em que o regramento dos servidores públicos civis seria aplicável aos militares, o artigo 37, XVI, que trata da acumulação; e que mesmo os médicos militares são, ao fim e ao cabo, militares e, como tais, proibidos de acumularem cargos públicos”.

        Com este preâmbulo, me resta dizer, que é de suma importância que o Governador Simão Jatene, faça uma revisão na quantidade de policiais militares desviados de suas funções originais e obrigatórias – ostensivos e preventivos, os quais foram admitidos  através de concurso específico para tal. E não servirem de lambáios e lacaios, ou seja, acabe com os privilégios de apaniguados.

          Fazendo uma breve comparação apenas da realidade existente em nosso combalido sistema de segurança a nível de estado, há interior, onde a população esta à mercê de toda sorte possível, possuindo precárias delegacias e reduzido contingente policial militar e civil. E vergonhosamente, batalhões de militares e Oficiais PM e BM, se aquartelam em gabinetes dos órgãos públicos, a se prestarem para amoucos, verdadeiros serviçais, como exemplo incomensurável, os que estão alojados no TJEPA (Tribunal de Justiça do Estado do Pará), MPE (Ministério Público do Estado do Pará) e Centro Integrado de Justiça, onde criaram cinicamente Assessorias depois virando Coordenadorias Militares.

         Só o TJE dispõe de mais 120 militares, sem se falar nos Fórum Cível e Criminal além das demais Comarcas, ganhando entre soldos e vantagens três vezes mais que nas suas instituições de origens, ou seja, ganham imoralmente salários paralelos sem servirem á população. E ainda, plano de saúde particular, auxilio alimentação, diárias dentre outros.

       Constitucionalmente é dever e obrigação da Polícia Militar, o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, senão vejamos:

Emenda Constitucional º 18, de 5 de fevereiro de 1998 em seu Art. 42 § 3º assim se impõe:
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei;

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não transferidos para a reserva, nos termos da lei;

           E ao se tratar de militares dos estados, lista-se os Bombeiros Militares, aos quais compete como se impõe além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil – Art. 144 § 5º da Constituição Federal, a qual é rasgada por seus guardiães e inquilinos dos Poderes.

            O criminoso desvio de função dos policiais militares e bombeiros do Pará, instituído dentro dos Poderes, através de atividades descabidas, com o rótulo de “segurança pessoal”, é um aviltamento sem precedentes contra a segurança pública dos cidadãos deste estado. E essa imoralidade administrativa é a olho nu de qualquer cidadão comum que for aos prédios do Judiciário e Ministério Público no Pará.

        Pode ser que aos olhos tapados da Injusta Justiça e dos rotulado Fiscais das Leis, tais ilegalidades sejam legais. Mas, aos da sociedade é um verdadeiro mau uso do erário, vez porque, lugar de policial treinado com dinheiro do povo é nas ruas! Onde sim, representam segurança, respeito, fazendo jus aos impostos e tributos arrecadados, para esses fins.

           Em um Estado, onde o índice de violência é o 4º maior do País, não há o que se discutir quanto sua redução, tendo em vista que mais de dois batalhões de militares estão servindo a atos escusos, ao estarem deslocados para gabinetes, numa clara razão meramente política suja.

             Vários dos oficiais da PM e BM arraigados no TJE E MP são aparentados de magistrados e outras autoridades, ou seja, um nepotismo cruzado e vergonhoso de interesses pessoais.

              A questão é: Onde esta a verdadeira JUSTIÇA ou seus valores morais de ética? Será que são apenas palavras minuciosamente elaboradas para atender aos  interesses de uma parte da população leiga? O Tribunal de Justiça e o Ministério Público possuem em seus organogramas, quadro especifico de segurança e recursos humanos preparados, mas que por razões obvias, estão sendo suprimidos por desmandos, como a Guarda Judiciária, pois, ao não abrir novos concursos e investir no servidor e no aparelhamento, o TJEPA fere de morte o que sugere o CNJ através da resolução de dez/2011. E assim, estaremos sendo testemunhas vivas de que os Poderes não estão para servir, e sim, para atender aos interesses dos seus poderosos inquilinos. Já disse do mais alto de sua cátedra a Ministra Eliana Calmon: “Temos que combater os Bandidos de Toga”!

              Ao editar esta postagem, me vem a recente contratação do Ministério Público estadual, a do tenente coronel PM, Carneiro, o mesmo que fora denunciado pelo próprio Ministério Público dentre os mafiosos da Assembléia Legislativa do estado do Pará, denúncia que encontra-se em processo criminal em andamento na Justiça, mas, mesmo assim, fora o oficial filho de um juiz, guindado a comandar dentro do mesmo Ministério Público.

               O que se pode dizer disso é que para se galgar cargos públicos, tem que se ter o currículo de malfeitor, principalmente na área de segurança.

           O Ministério Público agride de forma covarde a população, e se contra diz como fiscal da lei...E não me venham alegar outro modo, pois o Ministério Público e uno, porquanto!
Seria cansativo aqui listar... 

terça-feira, 31 de outubro de 2017

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CORREGEDORIA DA PM 
DESAFIA MP MILITAR
“Justiça se faz com a observância da lei, ou seja, com vistas aos relevantes interesses do princípio da legalidade, como um dos mais expressivos princípios da administração pública, na qual a administração militar está inserida”.

Nestes termos um cabo da Polícia Militar do estado do Pará iniciou seu pedido de providências endereçado ao Ministério Público Militar do estado do Pará, onde tão logo se protocolizou a peça, fez-se distribuição ao promotor de Justiça Gilberto Valente, hoje Procurador Geral de Justiça do Estado, o qual, de imediato encaminhou ofício - OF. Nº. 121/17/MP/1ª PJM Belém, 10 de julho de 2017 e  OF. Nº. 031/17/MP/1ª PJM Belém, 23 de março de 2017- ao então corregedor da PM coronel José Dilson de Souza Júnior, que até os dias atuais não adotou as providências requisitadas pelo MP Militar, e nem informou das razões de não proceder como determinado, numa afronta e desrespeito aos ditames constitucionais, estando esta desobediência a continuar com o atual corregedor coronel Albernando Monteiro da Silva, numa clara violação a Lei nº 6833 de 13 de fevereiro de 2006, esculpida em seus artigos 17, § 4º, 18, VII e 37, XLVI.

Diante do pedido do policial militar, que certamente teve eco de denúncia, a providência adotada pela Polícia Militar foi de vindita, afastar imediatamente o policial mandando-o para reserva remunerada – não cabe pois o militar tem menos de 8 anos na corporação - sem antes obedecer às regras que regem o direito democrático da ampla defesa, em especial o que tramita a passos de cágado na Justiça Militar, um Mandado de Segurança contra referido ato já manifestado anteriormente à reforma do militar que busca justiça, haja vista, uma montagem de flagrante sumariamente comprovado e também em apuração na mesma Justiça Militar que como dito, a passo de cágado perscruta, levando a um sofrimento incomensurável ao militar perseguido por oficiais desvairados que criaram um tal flagrante como delinearemos abaixo.
O policial que bateu à porta da Justiça Militar e, por conseguinte ao Ministério Público, baseou-se ao disposto no Art. 5º, XXXIV, a) da Constituição Federal, bem como ao Art. 144 da lei 8.112/90.
Como bem sabido, os atos administrativos, em regra, são os que mais ensejam lesões a direitos individuais e coletivos; portanto estão sujeitos a nulidades, sempre na correção de ato ou omissão de autoridade, desde que, ilegal e ofensivo de direito individual ou coletivo, líquido e certo, como temos acompanhado decisões inúmeras na Justiça e no aqui em baila.
Em seu requerimento ao MP Militar, o policial diz e faz prova de que viu-se atrelado a um flagrante forjado/esperado por seus superiores que alegaram está o mesmo em coautoria com outros três policiais, (aliás, o comandante da patrulha, sargento Dantas, continua impune na tropa de Fontoura por ser apadrinhado de oficiais) os quais montavam serviço de patrulhamento rodoviário na rodovia PA 124 próximo ao município de Salinas.PA, onde receberam voz de prisão por uma equipe da CORCPR VII, sob o comando do Ten Cel Rogério, ( Rogério hoje na reserva mesmo como um rosário de crimes militar e Penal ainda em andamento) pela acusação da prática do crime de Concussão – Art. 305 do CPPM, contra um condutor de veículo de nome Firmino José dos Reis Sousa de quem teriam cobrado propina do referido motorista no valor de R$200,00 (Duzentos reais), quando dirigia naquela rodovia e fora parado por irregularidades no veículo, e isso é negado pelo próprio motorista em seu depoimento e por tantos quantos foram levados a depor na ópera bufa.
Afirma ainda o policial, que a alegação de pedido de propina jamais fora comprovada, visto que nada fora encontrado com referido policial que fora revistado no local, ficando despido totalmente, e mesmo assim nenhum dinheiro alegado ter o mesmo recebido ou em seu poder, foi encontrado até os dias de hoje, mesmo tendo alegado os integrantes da malfadada prisão, de que tinham cópias das duas cédulas de cem reais dadas ao mesmo e aos seus companheiros de fiscalização, e com nenhum fora encontrada e nem se quer levadas aos autos tais cópias, até mesmo na “peça” elaborada como flagrante, estas peças não foram anexadas para que se fizessem provas contra o policial e tivesse valor à descabida peça “flagrancial”, tanto é, que as mesmas não foram assinadas como nota de culpa pelos “acusados”.
Durante a ópera bufa, instrução do PADS, todos os interrogados, acusadores, acusados, testemunhas de defesa e pseudos vítimas, foram unânimes em asseverar que com o policial nada fora encontrado; não fora o policial autor do pedido de propina; que o policial não fora visto na hora da abordagem fiscalizadora da patrulha, mesmo assim, fora submetido a um processo administrativo/penal que mesmo sem chegar ao final com todas as irregularidades, lhe foi imposto a pena capital de demissão do serviço público, sem que fossem observadas as legalidades, visto que se quer participou de qualquer ato imoral que lhe impôs seus algozes superiores, esses, numa busca sôfrega de mostrar estatísticas para seus deleites profissionais às acessões.
Nos depoimento acostados aos autos, nada indica a participação do policial direta ou indireta no ilícito alegado pelos diligentíssimos oficiais da corregedoria da PMPA, para o desenvolvimento do PADS, tantos dos ditos vítimas, como dos que efetuaram o pseudo flagrante, tendo inclusive havido discordância de um sargento em ordem absurda do capitão Viana que fizera a malfadada abordagem e prisão ilegal do policial, ou seja, um flagrante forjado/esperado visto ser o dono do veículo retido o conhecido em Capanema, Antônio Gabanês alcunhado “Gaba”, que consta como segunda vitima e proprietário do posto de gasolina onde abastecem os carros oficiais da PMPA em Capanema e particulares dos oficiais que engendraram o famigerado flagrante.
Então é de se perguntar, por que não houve o correto procedimento na apreensão de tal dinheiro, com discriminação das cédulas ditas apreendidas e indicação de número de série? Por conseguinte, fossem submetidas a exame datiloscópico, o que nunca fora feito, e isso este jornalista bem sabe, dado o acesso aos autos, vez porque, a ação é pública.

Imperioso ressaltar, que sequer constava ou consta nos autos do famigerado flagrante, a peça relativa do termo de apreensão de dinheiro. Mais um fato que salta aos olhos para comprovar tamanha irregularidade ocorrida por atos dos oficiais junto a corregedoria da PMPA.

No caso além de preparado, o flagrante foi forjado, pois, esse dinheiro jamais fora visto com quem quer que seja, que seria o suposto produto de extorsão, muito provavelmente da verve dos próprios oficiais que montaram ardilosa trama, repita-se; na busca sôfrega de promoção pessoal.

No interrogatório a dito vítima motorista Firmino José, certamente contrariou os interesses do encarregado ao afirmar não conhecer o policial como sendo a pessoa que lhe contatou no dia dos fatos, asseverando ainda a ele nada fora pedido, pois passara uma ligação ao seu patrão avisando da apreensão do veículo e que não sabe o que fora acertado de valor, e que seu patrão já no quartel da PM em Capanema é que lhe diz ter sido cobrado R$200,00, mas não lhe disse quem fora que pediu o dinheiro.  Já o patrão Antônio Gabanês alcunhado “Gaba” diz que fora a Firmino José que lhe repassou por telefone o valor exigido. Dentro dessas contradições, a diligente corregedoria por seu oficial designado para a apuração e processamento, não submeteu a acareação com os dois divergentes mesmo a pedido do policial que se quer acompanhou os interrogatórios. Cerceamento de defesa, penso!

O tema tem, portanto, sérias implicações no campo dos direitos fundamentais. Denúncias genéricas, que não descrevem os fatos na sua devida conformação, não se coadunam com os postulados básicos do Estado de Direito.

Pensa este capiau jornalista, haver outras implicações, visto que, quando se fazem imputações vagas, dando ensejo à persecução criminal injusta, está a se violar, também, o princípio da dignidade da pessoa humana, que, entre nós, tem base positiva no artigo 1º, III, da Constituição, e Como se sabe, na sua acepção originária, este princípio proíbe a utilização ou transformação do homem em objeto dos processos e ações estatais. O Estado está vinculado ao dever de respeito e proteção do indivíduo contra exposição a ofensas ou humilhações.

Não é difícil, perceber os danos que a mera existência de uma ação impõe ao indivíduo, como no caso deste policial que fora jogado as favas. Daí a necessidade de rigor e prudência por parte daqueles que têm o poder de iniciativa nas ações e daqueles que podem decidir sobre o seu curso.

Como jornalista Forense e servidor público aposentado, aprendi que a apuração regular da falta disciplinar é indispensável para a legalidade da punição interna da Administração, e que o discricionário do poder disciplinar não vai ao ponto de permitir que o superior hierárquico puna arbitrariamente o subordinado. Mas, deverá em primeiro lugar, apurar a falta, pelos meios legais compatíveis com a gravidade da pena a ser imposta, dando-se oportunidade de defesa ao acusado. Sem o atendimento desses dois requisitos, a punição será arbitrária e não discricionária, e, como tal, ilegítima e invalidável, por não seguir o devido processo legal – due process of law -, de prática universal nos procedimentos punitivos acolhidos pela nossa Constituição expresso no Art. LIV e LV e pela nossa Doutrina.
Já na moderna Doutrina Francesa, hoje aceita pelos nossos publicistas e pela nossa jurisprudência, todo ato administrativo é inoperante, quando o motivo invocado é falso ou inidôneo, vale dizer, quando ocorre inexistência material ou inexistência jurídica dos motivos. Esses motivos, na expressão de Jèze, devem ser “materialmente exatos e juridicamente fundados”. Tal teoria tem inteira aplicação ao ato disciplinar que é espécie do gênero – ato administrativo.
Dênerson Dias Rosa, alerta: "Todavia, a questão de punições militares não pode ser disciplinada tão somente com vistas a manter-se sempre a hierarquia e a disciplina, mesmo porque, se estes princípios militares são normas constitucionais, há duas normas que em verdade são princípios constitucionais que em qualquer situação devem ser respeitados e atendidos: a “presunção de inocência” e o “direito ao contraditório e à ampla defesa”.
Ainda no escólio de Dênerson Dias Rosa: "Mesmo havendo a necessidade de procedimentos sumários para manter-se o controle hierárquico da tropa, estes institutos (Presunção de inocência e o Direito ao contraditório e à ampla defesa) devem ser sempre respeitados, caso contrário não se estaria em um Estado de Direito”.

         Mostram os fatos/atos e provados estão nessa mixórdia, o alegado pelo policial agora fazendo parte da fila de desempregados dado a ações criminosas dos inquilinos dos poderes com assento na Polícia Militar do Pará, e assim cristalino está que houve abuso de autoridade, além de omissão do julgador sentenciante o comandante geral da PM, diga-se de passagem; um Político Fardado, que não se preocupou da obrigação de analisar as provas, tendo a prerrogativa de discordar e desprezá-las, evitando os danos causados ao policial militar em comento e sua família, com quem tem toda responsabilidade financeira.
Ao nos depararmos com tamanha imoralidade e desrespeito a Instituição que deve – leia-se: Ministério Público Militar - defender o interesse público e tem como missão constitucional a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos vem a mente Rui Barbosa, que disse em um discurso na defesa de um servidor público perseguido que: “De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver prosperar a desonra, De tanto ver crescer a injustiça, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, O homem chega a desanimar-se da virtude, A ter vergonha de ser honesto”.

O silenciar ao requerimento de providência do Ministério Público, a Corregedoria da Polícia Militar quer ser mais que o rei, por outro lado, o Ministério Público Militar encontra-se omisso em sua missão. Mas, como bem tenho dito em postagens, que ainda há Promotor de Justiça no Pará, espera-se que o magnânimo Promotor de Justiça Militar, ante a ofensa ao direito líquido e certo e o perigo da injusta agressão ao mecanismo estatal, tomem as devidas providências no sentido de se restabelecer a ordem jurídica ora aviltada por uma corregedoria que se nega a proceder contra seus membros – oficiais superiores – que compilaram para medidas drásticas que aviltam a condição do ser humano e da ordem como explicitado no requerimento do policial ao Ministério Público Militar.

Com a palavra os Promotores de Justiça Militar Armando Brasil Teixeira e Edivar Cavalcante Lima Junior assim como o intrépido Juiz Militar Lucas de Jesus!

quarta-feira, 11 de outubro de 2017


ARAPIJÓ SOFRE AMEAÇAS
DE UM
COMUNISTA DESVAIRADO
No intuito de desnudar a prática espúria como vem agindo o predador social Domingos Fernandes Eleres, que se auto intitula “Ditador de Arapijó”, um grupo de moradores da Vila de Arapijó no município de Marapanim, está apresentando diversas denúncia contra referido elemento, que se gaba em ter participado de cursos de guerrilha e administração comunista em Cuba sob a batuta de Fidel Castro, e assim, induziu alguns desavisados daquela Vila, a assinar termos de criação de uma associação que o mesmo rotulou de Associação dos Micros Produtores Rurais e Pescadores da Comunidade de Arapijó - AMPRA, e rotineiramente vem coletando assinaturas de toda a população daquela Vila, alegando ser para buscar recursos para a associação, o que jamais chegou nos mais de 14 anos de despotismo, sendo preciso que seja averiguado a ação do tresloucado Domingos Eleres, que na verdade, nem se quer mora em Arapijó, mas, em Castanhal, indo esporadicamente a Vila impor medo aos moradores nativos.
Os moradores de Arapijó provocaram a tutela jurisdicional do Estado não para dizer que são contra a Associação, mas para exigir que, na forma prevista nos ditames constitucional e infraconstitucional, lhe sejam prestadas as contas a fim de acertar, de acordo com as normas legais, existência de algum débito ou de um crédito em nome da referida associação, que vem sendo usada por Domingos Eleres, como égide política partidária ao Partido Comunista.
A finalidade das denúncias feitas pelos moradores de Arapijó, junto ao Secretário de Meio Ambiente Luiz Fernandes, a Polícia Federal, a Polícia Civil por sua delegacia especializada DEMA, e ao Promotor de Justiça de Meio Ambiente é elucidar em que situação encontra-se a relação de débito ou crédito que vincula as partes, bem como, se esclareça a legitimidade das operações realizadas, a forma como vem agindo Domingos Eleres ao fazer doação de terras para seus aculeados políticos como ao ex-vereador de Marapanim alcunhado de “Pitanga”, que se apropriou de uma área de reserva ambiental com nascente de rio pertencente à população daquela Vila dando nome de sua esposa ao lugar como sítio “Luana” e a tornando propriedade particular inclusive colocando capangas para impedir o uso do riacho pela população que fazia daquela área sua fonte de lazer e trabalho e etc. Área esta que se encontra sub judice e em tramitação de legalização junto ao ITERPA, haja vista referida área ter sido doada à população de Arapijó pelos proprietários de uma Granja que ali funcionava.
Outro crime ambiental perpetrado por Domingos Eleres foi a exploração criminosa de uma área também de reserva natural, para exploração de piçarra, que era vendida por metro a caçambeiros que no vai e vem destruíram o ramal de acesso a Vila.
Para o roubo de piçarra várias máquinas pesadas foram usadas para dilapidar o meio ambiente como se mostra nas fotografias, o que revoltou a população que impediu o prosseguimento da destruição ambiental, tendo sido ameaçados por Domingos Eleres de prisão caso fizessem alguma denúncia aos órgãos de fiscalização ambiental e Polícia, o que não intimidou um grupo de moradores que agora vem buscar na capital a segurança estatal, haja vista o prefeito de Marapanim ter se recusado a intervir, pois Domingos Eleres já fora administrador municipal, inclusive a responder processo de nº. 442022013-00 junto ao Tribunal de Contas dos Municípios por desvio de recursos quando era responsável pelo Fundo Municipal de Saúde - FMS de Marapanim, no período de 18/09 a 31/12/2013.


O grupo de moradores que buscam a legalidade na Vila de Arapijó está de posse de um dossiê onde buscam saber: Quanto rendeu a venda de piçarra; Que recursos foram auferidos em nome da AMPRA; O porquê do prefeito de Marapanim apoiar os atos de Domingos Eleres; Prestação de contas da AMPRA junto Ministério Público; Retomar a área da fonte de água – igarapé doado ao ex-vereador de alcunha “Pitanga”; A retomada de outros terrenos doados e vendidos por Domingos Eleres e que pertencem a comunidade; A conclusão do processo no ITERPA; Saber junto a Corregedoria Geral de Justiça o valor real do pagamento da documentação registrada no cartório de Castanhal e porque por lá; A verificação de algum empréstimo financeiro em nome da AMPRA; Saber se o nome da AMPRA não está no SERASA e SPC o em algum órgão fiscalizador; e por fim a legalidade da documentação de criação da AMPRA e qual a destinação do dinheiro arrecadado como mensalidade.


Outro ato criminoso e ameaça feita por Domingos Eleres é de cada imóvel que seja vendido naquela Vila, deve lhe ser repassado 10% do valor da venda, assim como, qual que imóvel que esteja fechado há mais de três meses será vendido por ele Domingos Eleres, que intimida e ameaça dos desavisados moradores de Arapijó.



 Com a palavra o diligente secretário de Meio Ambiente Luiz Fernandes, o representante do Ministério Público estadual em Marapanim, a Polícia Federal, o IBAMA e demais órgãos de controle social, haja vista a ameaça concreta contra o cidadão, o meio ambiente, o sistema financeiro e o judiciário. 

terça-feira, 26 de setembro de 2017

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SARGENTO “CEGO” SEGURANÇA DE
ROMULO MAIORANA
Por infringência ao disposto no Art. 251, § 3º do Código Penal Militar, pelo Promotor de Justiça Armando Brasil Teixeira, foi denunciado junto ao Juízo da Auditoria Militar do Estado, o 1º sargento reformado, Manoel da Costa Carvalho, que após processado, sentar-se-á no banco dos réus da Justiça Castrense amanhã dia 27 de setembro, para ser julgado pelo crime cometido.

Na exordial acusatória o diligente Promotor Armando Brasil assevera que o sargento reformado desde ano de 1995 por problemas de acuidade visual, assim exarado encontra-se em ata de reforma do setor médico da Polícia Militar do Estado, vinha prestando serviço de segurança particular/pessoal para Romulo Maiorana Junior, o dono do conglomerado Liberal, com quem circulava até em Shopping Center sem apresentar qualquer indício de deficiência visual, o que caracteriza crime, haja vista, ter sido reformado como “cego”.

Ademais pulcros leitores, soa estranho que de acordo com o documento expedido pelo DETRAN/PA, o sargento Manoel da Costa Carvalho, reformado como “cego”, possui habilitação para dirigir veículos, com a CNH de número 00430509308, em plena validade, ou seja, a expedição do documento é incompatível com a deficiência visual a qual o sargento reformado é portador.

Em assim agindo o sargento reformado como “cego”, Manoel da Costa Carvalho, mediante o artificio em dissimular incapacidade física mantém a administração militar em erro auferindo os soldos pagos pelo contribuinte paraense sem a devida contraprestação do serviço, tudo em conluio com quem tem o dever de bem zelar pela decência, por ser proprietário de veículos de comunicação, e se assim age, como pode produzir matérias atreladas à desonestidade e violações dos ditames legais.

Certamente as contratações destes falsos doentes da Polícia Militar não onerem os cofres destes desregrados contratadores de mão de obra barata e criminosa, por não pagar os devidos tributos, recaindo as despesas aos cofres estatais municiados pelo cidadão de bem contribuinte.

Em caso de condenação do sargento “cego”, este perderá sua reforma, devendo retornar as fileiras da Polícia Militar, e, por conseguinte, indenizar o estado, devolvendo o que recebera desde sua reforma criminosa, além, de ganhar de dois a sete anos de reclusão com agravamento se o crime é cometido em detrimento da administração militar, o que vem ao caso em comento.


Presidirá o julgamento o juiz Lucas do Carmo de Jesus, com o Promotor de Justiça Armando Brasil atuando na acusação, e o Conselho sendo formado por policiais militares, um major, um capitão e dois tenentes. Secretariando os trabalhos estará o Analista Judiciário Emanuel Santos.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

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OFICIAL DÁ SUMIÇO
EM ARMA DA PM
O coronel da Polícia Militar do estado do Pará André Luiz Cunha, hoje subsecretário de Segurança Pública do estado, quando a frente do Sistema Penitenciário, deu sumiço em uma arma – pistola – pertencente ao patrimônio público sob a égide da Polícia Militar, e ao ser descoberto o desaparecimento do armamento, André Luiz Cunha disse ter sido assaltado e naquela ocasião perdera o armamento para os meliantes.

Ocorre que esta ocorrência jamais fora registrada, e nenhuma divulgação fora a público, como gosta de fazer com pirotecnia retumbante para seus serviçais atos referido oficial. Esqueceu-se o oficial maçaneta, que ainda há Promotores de Justiça no Pará, e eis que o fato chegou ao conhecimento da promotoria Militar na pessoa do intrépido Promotor de Justiça Armando Brasil, que fora rotulado por um outro oficial na reserva como “paladino” de praças.

O rótulo dado pelo reservista ao Promotor mostra a face da confraria que existe quanto aos crimes praticados por oficiais da PM, de se ressaltar que todos os ex-comandantes gerais estão a responder processo criminal na Auditoria Militar, e outros tantos oficiais superiores também, e ao serem absolvidos o são por sua confraria, a mesma que julga os praças. E numa linha de dez oficiais nos bancos dos réus, nove são absolvidos e um ganha no mínimo uma desclassificação do seu crime. No entanto, de cada dez praças no banco dos réus, nove são condenados e um tendo a pena diminuída. No caso dos oficiais absolvidos, sempre o “Parquet” recorre e ganha, na mesma linha quanto aos praças, que sempre retornam as fileiras da PM por ordem Judicial, enquanto se quer, os oficiais são afastados quando cometem crimes diversos, e aqui mostramos a coronel Ruth Léia que agora goza da reserva mesmo estando em andamento o processo criminal, que aliás, já deveria ter sido julgado, mas, os membros do Conselho se julgaram impedidos, ou seja, uma manobra para beneficiar a maior arrombadora do erário via Polícia Militar.

Assim, diante da denúncia do sumiço da arma, Armando Brasil está encaminhando expediente ao corregedor da PM para que faça a abertura de procedimento administrativo contra André Luiz, e ao final com envio dos autos ao MP para as seguintes decisões criminais ou não.

JULGAMENTOS NA 
AUDITORIA MILITAR
Na Auditoria Militar do Estado do Pará, em sua pauta de Audiência do mês de agosto, designado pelo juiz Lucas do Carmo de Jesus, foram agendados 48 feitos, dentre julgamentos; interrogatório e oitiva de testemunhas, sendo indiciados 16 oficiais superiores e 8 subalternos, com 39 praças.

Dos 48 feitos 24 foram de julgamentos de oficiais, quando um tenente fora condenado e excluído das fileiras da tropa de Fontoura, outros três foram condenados a penas diversas, assim como quatro ganharam sursis, três prescrição da pena, outros cinco adiados e oito suspensos.

Nos julgamentos de praças três sargentos foram condenados e pedidos suas exclusões dos quadros da PMPA, tendo seis sursis, cinco prescrições e os demais interrogatórios e oitivas de testemunhas.

O Ministério Público Militar esteve representado em todos os atos pelos Promotores de Justiça Edivar Cavalcante Lima e Armando Brasil Teixeira, secretariando todos os feitos esteve o Analista Judiciário Emanuel Santos.

Para o mês de setembro foram agendados 38 processos com cinco sendo de grande repercussão os fatos que envolvem oficiais superiores, o da execução de um cabo PM e o dos seguranças do empresário Romulo Maiorana Junior, assim como da coronel Ruth Léia acusada de vender carros da Polícia Militar dando um rombo de mais de 60 milhões de reais ao erário.

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DESÍDIA DO CORREGEDOR

Pela inércia do Corregedor-geral da Polícia Militar do estado do Pará, coronel Albernando Monteiro da Silva que deixou de responder aos OF. Nº. 031/17/MP/1ª PJM Belém, 23 de março de 2017, e OF. Nº. 121/17/MP/1ª PJM Belém, 10 de julho de 2017, encaminhados pelos Promotores de Justiça Militar Gilberto Valente Martins e Edivar Cavalcante Lima Junior, referidos representantes do Ministério Público deverão encaminhar procedimento Administrativo sob a égide do Art 6º, Art. 7º, § 3º da Lei Nº 6.833, de 13 de fevereiro de 2006, e Art. 324 do Código Penal Militar em desfavor do oficial em referência que em tese teria violado o disposto nas Leis acima citadas.

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DESPOTISMO NA DFV
É fala corrente de que investigadores lotados na Delegacia de Furtos de Veículos estariam sendo obrigados em “bater” uma cota de recuperação de veículos roubados e, caso não consigam, os mesmos são automaticamente transferidos para outras delegacias, as chamadas taturagem, ou seja; só cuida de briga de vizinhos, roubo de passarinho; pichação e outros de somenos delitos. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Juiz Militar Lucas de Jesus
JUIZ MILITAR RECEBE DENÚNCIA CONTRA “VINGADORES”
O juiz Lucas de Jesus recebeu a denúncia formalizada pelo Promotor de Justiça Militar Armando Brasil, em desfavor dos policiais militares acusados de formação de quadrilha, HELENO ARNAUD CARMO DE LIMA, ROMERO GUEDES LIMA,WESLEY FAVACHO CHAGAS,MARCOS ANTONIO DOS SANTOS CARDOSO,REUTMAN COELHO SPINDOLA e MICHEL MEGARON NASCIMENTO DO NASCIMENTO, tendo o diligente magistrado acatado todas as teses do “Parquet”, inclusive mantendo a prisão dos desregrados policiais, que vinham há tempos, manchando a tropa de Fontoura ao aculear-se com o crime organizado, pelo qual, faziam matança num Tribunal do Crime, fazendo parecer que fosse milícia, o que em verdade assim agiam para mascarar seu crimes hediondo.

Na denúncia abre-se um leque de ação desses bandidos institucionalizados, levando à continuidade das investigações, para que outros bandidos de farda sejam presos, e não são poucos.

É de se ressaltar, a ação cooperativa das instituições policiais para a elucidação destes crime e desbaratamento dessa quadrilha, o que só foi possível, dado a solicitação da Promotoria Militar do apoio da Polícia Federal, que teve um papel fundamental, visto sua independência; do Grupo de Inteligência da Polícia Civil, que mesmo sob a batuta “política”, contribuiu magnificamente, assim sim do os Corregedores da PM e seu Grupo de Inteligência que atuaram na prisão dos desregrados policiais.

Como visto, a cooperação entre os órgãos da segurança pública é fundamental, principalmente quando organizado por um membro do Ministério Público como vem sendo esta operação que certamente levará muito mais bandidos para cadeia. Oxalá, num uno de eleições, não apareça os paladinos de plantão gritando inocência a esses bandidos, e politicamente enfraqueça a digna operação caça bandidos de farda.

Abaixo transcrevo a denúncia do sapiente e intrépido promotor de Justiça Armando Brasil.


EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA JUSTIÇA  MILITAR DO ESTADO

Processo Nº 0002887-79.2017.8.14.0200

O Representante do Ministério Público Militar, nessa Justiça Especial, por intermédio do 2º Promotor de Justiça Militar, no uso de suas atribuições, vem respeitosamente à presença de V. Exa.  DENUNCIAR:

HELENO ARNAUD CARMO DE LIMA, brasileiro, paraense, nascido em 14 de maio de 1975, CPF nº 612.049.782-04, filho de José Eufrásio de Lima e Celita Farias do Carmo, residente e domiciliado Rua Antônio Everdosa, nº 543. Entre Chaco e Humaitá, Pedreira, Belém/PA.

ROMERO GUEDES LIMA, brasileiro, paraense, nascido em 07 de abril de 1973, solteiro, CPF nº 397.148.612-68, filho de Maria de Nazaré Guedes, residente e domiciliado no Conjunto Paar, Q 165, C10, Coqueiro, Ananindeua/PA.

WESLEY FAVACHO CHAGAS, brasileiro, paraense, nascido em 10 de abril de 1987, casado, CPF nº 896.093.362-72, filho de Walter Zedeque das Chagas e Vanda Maria Favacho Chagas, residente e domiciliado na Rua 10, nº 750, Vila Nova, Conceição do Araguaia/PA.

MARCOS ANTONIO DOS SANTOS CARDOSO, brasileiro, paraense, nascido no dia 21 de novembro de 1967, casado,CPF nº 277.800.152-20, filho de Antonio Andrade Cardoso e Cândida Júlia dos Santos Cardoso, residente e domiciliado na Rod. Aug. Montenegro, CJ. Natalia Lins, Bloco B-4, Apto 405, Bairro Mangueirão, Belém/PA,

REUTMAN COELHO SPINDOLA, nascido em 21 de dezembro de 1985, CPF nº 885.692.82-20, filho de Raimundo Nonato Silva Spindola e Maria dos Remédios Souza Coelho, residente e domiciliado na Rua Antônio Everdora 1221-CS, Bairro Pedreira, Belém/PA.

MICHEL MEGARON NASCIMENTO DO NASCIMENTO, brasileiro, paraense, casado, nascido em 06 de outubro de 1984, CPF nº 766.990.132-20, filho de Raimundo Oliveira do Nascimento e Maria Lúcia Nascimento do Nascimento, residente e domiciliado na Rua Passagem São Pedro, nº 00185, Marambaia, Belém/PA, pelos motivos de fato e de direito abaixo expostos:

1.            DOS FATOS


Foi instaurado o inquérito policial militar de Portaria nº 001/2017-Cor Geral, em razão da matéria jornalística veiculada pela imprensa local, do dia 23.01.2017, que noticiou homicídios em série, ocorridos nos dias 20 e 21 de janeiro do corrente ano, na Região Metropolitana de Belém.
Consoante os autos, foram contabilizados 28 homicídios com características de execução, seguidos ao óbito do SD PM Rafael da Silva Costa, do BPOT, ocorrido no dia 20 de janeiro de 2017, no Bairro da Cabanagem, suscitou-se novamente, em tese, tratar-se o caso de “Organização de grupo para prática de violência”, com tipificação no art.150 do CPM.
Durante as investigações no sentido de trazer a lume elementos informativos atinentes ao homicídio do nacional Rerysson Reinaldo Simões Rosário ocorrido no início da madrugada do dia 21.01.2017, às 01h00, constatou-se que o crime ocorreu onde funciona um bar e uma oficina.
Desta feita, o Sr. Raimundo Nonato Tolosa da Costa, proprietário do estabelecimento compareceu à Corregedoria para prestar informações e apresentou ao Oficial Encarregado 02 (dois) estojos de arma de fogo calibre 40, utilizados no referido homicídio.
Ademais, a testemunha indicou um policial militar conhecido como “Leno”, que estaria diretamente ligado a traficantes e demais pessoas com o objetivo de ceifar a vida de pessoas no Bairro da Pedreira, Belém/PA.
Por fim, a testemunha indicou o endereço do referido PM sito a Travessa Antônio Everdosa esquina com a Travessa Humaitá. Assim, em pesquisa no banco de dados da PMPA constatou-se que o endereço indicado pertencia ao Policial Militar CB. PM. Heleno Arnaud Carmo de Lima, do 20º BPM.
No estágio em que se encontra a presente investigação, já se sabe que o grupo armado liderado pelo CB. PM. Leno, como é conhecido o CB. PM. Arnaud, tem participação em pelo menos dois homicídios ocorridos nos dias 20 e 21 de janeiro de 2017, em que foram vitimados os nacionais Rerisson Reinaldo Soares Rosário e Fagner Luis Lobato Neri.
Ademais, durante as investigações foram interceptados, com autorização deste Douto Juízo, o CB. PM. Heleno Arnaud Carmo de Lima, CB. PM. Romero Guedes Lima, CB. PM. Wesley Favacho Chagas e SUB. TEN. PM. Marcos Antônio dos Santos Cardoso.
Posteriormente, foi verificada a participação de mais dois militares estaduais, quais sejam SD. PM. Reutman Coelho Spindola e SD. PM. Michel Megaron Nascimento do Nascimento.
Neste diapasão, é imprescindível destacar que no local dos homicídios dos nacionais Rosinaldo Lopes Favacho e Rerysson Reinaldo Simões Rosário foram encontrados estojos de munições com código de rastreabilidade “BEB12”, “BEB21” e “BOX75”, respectivamente. Ocorre que, os lotes de munição “BEB12” e “BEB21” são do tipo “treina” calibre .40 e foram adquiridos pela Policia Militar.

1.1 CB. PM. HELENO ARNAUD CARMO DE LIMA, CB. PM. ROMERO GUEDES LIMA, CB. PM. WESLEY FAVACHO CHAGAS E SUB. TEN. PM. MARCOS ANTÔNIO DOS SANTOS CARDOSO.

Durante as interceptações diversos diálogos foram feitos com outros interlocutores revelando sua sanha criminosa. Às fls. 226/228 fica caracterizado que o CB. PM. Arnaud fornece arma de fogo para terceiros, mediante pagamento, utilizando a expressão “aniversário de trinta e oito anos” que quer dizer revolver de calibre 38.
Às fls. 230/231 em um diálogo com o CB. PM. Favacho se demonstra o acerto entre ambos com o indivíduo conhecido como “Daniel Tanque” ou “Dandan” para a prática de crimes. À fl. 231 em um diálogo com o CB. PM. R. Guedes, fica demonstrada a aproximação de ambos com o “Daniel Tanque”.
À fl. 233 em um diálogo com o CB. PM. R. Guedes este se refere a “M da Pedreira” que significa “Milícia da Pedreira”.
Às fls. 234-v e 235, tem-se a conversa do CB. PM. Arnaud com um homem não identificado, que releva o modus operandi do grupo armado que é a intimidação das vítimas com áudios produzidos pelo aplicativo whatsapp.
À fl. 241 tem-se a clara demonstração que o CB. PM. Arnaud é contumaz na prática de homicídios. Ademais, às fls. 241/245 verifica-se que o CB. PM. Arnaud de serviço na VTR da PMPA, onde deveria prestar serviço de segurança pública, colabora com criminosos para o arrombamento de casas.

Heleno x HNI – (fl. 242-V):
H: Fala, (...)!
HNI: Ê, rapá, nos pulamos aqui pras trás (...), entendeu?
H: Quê?
HNI: Disparou o alarme aqui.
H: Caralho!
HNI: Não, mas daqui de trás, não é da, do bagulho, entendeu?
H: E aí?
HNI: Fico por perto, se, se al... se eles vararem aí a gente vai...
H: tá.
HNI: Nós tamos escondidos aqui atrás, viu?
H: Tá beleza. Tá beleza.
HNI: Fico por pertinho, mano, qualquer coisa...
H: Tá beleza, mano!
HNI: Mas tá dominado, mano, é mamão.
H: tá.
HNI: Aqui é mamão, mamão.
H: Tá beleza. Tá beleza.
HNI: Fico por pertinho, porque qualquer coisa...
H: Eu to aqui perto, to aqui perto da, do aniversário.
HNI: Aí qualquer coisa nos somos pichador, pô, valeu?
H: Como é?
HNI: Qualquer coisa nos somos pichador.
H: Tá, tá, beleza, mano. Tá.

Às fls. 242 um interlocutor não identificado cita o nome de Edileia, demonstrando que essa nacional tem aproximação com o grupo do CB. PM. Arnaud.
À fl. 243 o CB. PM. Arnaud conversa com a nacional Edileia e fica demonstrado com o grupo armado utiliza de ameaças de morte via áudios/vídeos de whatsapp para ameaçar pessoas em troca de indevida vantagem econômica, quem não se submete corre risco de morte.
À fl. 251-v, novamente se tem a constatação do modus operandi do grupo armado, que utiliza áudio para ameaçar as pessoas, bem como da aproximação do “Daniel Tanque”, CB. PM. Romero (Montanha) e CB. PM. Heleno Arnaud.
À fls. 253-v/254, o CB. PM. Romero Guedes combina com o CB. PM. Heleno Arnaud de arrombar uma casa na BR 316, próximo a Igreja Universal por volta das 06h00 da manhã, utilizando um alicate.

Heleno x Romero (fls. 253-v/254):
R: Então tá, pô, borá lá rapidinho, é ali perto da, da, do, do, daquela, da Universidade ali do entrocamento, entrando numa rua daquela.
H: Hum.
R: (...) Estão tudo pra Mosqueiro.
H: Tá.
R: Eu to com alicate aqui a gente corta o cadeado e entra, só pra ver se tá lá o dinheiro.

Às fls. 253/261-v consta áudios entre a Rafaela, Edileia e o CB. PM. Heleno Arnaud novamente utilizando áudios para ameaçar as pessoas.
Às fls. 254-v/255 o diálogo entre o CB. PM. Heleno Arnaud e o “Daniel Tanque” demonstra mais uma vez o modus operandi do grupo, que utiliza áudios de whatsapp para ameaçar pessoas.
À fl. 227/227-v é revelada a adesão subjetiva do SUB. TEN. Marcos Antônio dos Santos Cardoso com os intentos criminosos do grupo do CB. PM. Heleno Arnaud.
Assim, face o exposto resta claro que os denunciados em tela realizam furtos a residências, uma vez que em diversos diálogos os mesmos referem-se a residências fechadas, utilizando a expressão “aniversário”.
Contudo, os denunciados também utilizam a expressão “aniversário de trinta e oito anos” em um dos diálogos referindo-se a um revolver calibre 38. Porém, o mais comum é a expressão ser utilizada para se referir ao furto de residências (fls. 263/278-v).
Consoante áudio às fls. 279/281-v, verifica-se a participação do CB. PM. Romero, no furto de residências uma vez que o mesmo estava responsável por monitorar a área e repassar informações ao grupo.
Neste contexto, em diversos áudios (fls. 282/288-v), verifica-se que os denunciados CB. PM. Heleno Arnaud e CB. PM. Romero Guedes intimida e coagem terceiros através áudios do aplicativo whatsapp, mensagens e telefonemas para cobrar dividas de terceiros.

1.2. SD. PM. MICHEL MEGARON NASCIMENTO DO NASCIMENTO

A testemunha Raimundo Felix da Silva indica o policial de nome Michel como um dos que participou do assassinato do seu irmão Carlos Augusto da Silva. A testemunha acrescenta, ainda que, após os eventos de 20 e 21 de janeiro a nacional de prenome Michele comentou com a vizinha que o policial militar Michel havia matado o Carlos Augusto da Silva e que tinha intenção de matar outra pessoa conhecida como “Biscoito”.
Ademais, submetido a reconhecimento fotográfico a testemunha Raimundo Felix da Silva sem titubear reconheceu o SD. PM. Michel Megaron Nascimento do Nascimento como um dos autores do homicídio do seu irmão, Carlos Augusto da Silva, no dia 21/01/2017.

1.3. SD. PM. REUTMAN COELHO SPINDOLA

A Sra. Gerusa Daniele Lima Conceição no dia 02/03/2017 participou de um reconhecimento fotográfico e sem titubear reconheceu o SD. PM. Reutman Coelho Spindola como um dos executores do seu companheiro Rosinaldo Lopes Favacho, assassinado a tiro de pistola calibre .40 e revolver calibre 38, por volta das 12h30, no bairro do Curuçamba, Ananindeua/PA.
O SD. PM. Reutman também foi alvo de interceptação telefônica e às fls. 334/337 há um diálogo entre o soldado e uma pessoa que está custodiada provisoriamente, em alguma casa penal não identificada, pela prática de crime doloso contra a vida. Nos mencionados diálogos, o Soldado também revela uma preocupação com uma pistola acondicionada na residência do seu irmão Raul.
Às fls. 342/343 consta uma conversa em que o SD. PM. Reutman participa em conjunto com outros militares de uma atividade denominada matança.

1.4. DA PRISÃO PREVENTIVA E DA BUSCA E APREENSÃO

Vale ressaltar que os denunciados acima tiveram a prisão preventiva requerida pelo Oficial Encarregado da peça informativa em anexo e a posteriori decretada por este Douto Juízo.
Além disso, foi expedido mandado de busca e apreensão de objetos, tendo sido apreendido telefones celulares pertencentes aos denunciados e encaminhados ao Departamento da Polícia Federal a fim de ser submetida a perícia técnica.
Dessa forma está comprovado que uma verdadeira organização criminosa se instalou dentro da PM que sob a batuta do CB. PM. Heleno Arnaud orquestrava e executava os crimes abaixo relacionados em total afronta ao Estado Constitucional e Democrático de Direito, haja vista que a missão constitucional da PMP se consubstancia na preservação da segurança pública e combate a criminalidade.


2.            DO DIREITO


Face o exposto, resta claro que TODOS os denunciados incidiram no tipo penal previsto no art. 150 do Código Penal Militar Brasileiro, organização de grupo para a prática de violência, in verbis:

Organização de grupo para a prática de violência
Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à administração militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos.

Dito isto, sobre o crime do artigo 150 do Código Penal Militar Adriano Alves-Marreiros, Guilherme Rocha e Ricardo Freitas[1] esclarecem que: “sendo praticados por militares e sendo utilizado material bélico ou armamento militar, caracterizado está o crime”.
Tal situação se verifica no caso concreto, uma vez que foram encontrados no local munição “BEB12” e “BEB21” são do tipo “treina” calibre .40 e adquiridos pela Policia Militar. Ou seja, os militares em tela utilizaram material bélico e armamento militar para consumar os seus crimes.
Assim, se verifica no caso concreto que os militares denunciados utilizavam as viaturas e armamento da Polícia Militar para consumar seus crimes.
Neste contexto, verifica-se, ainda, que TODOS os denunciados infringiram o disposto no art. 303, do Código Penal Militar, incorrendo do crime de peculato:
                 
 Peculato
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de três a quinze anos.

Sobre o crime de peculato Bitencourt[2]esclarece:

O crime de peculato tem suas raízes remotas no direito romano e caracterizava-se pela subtração de coisas pertencentes os Estado. Essa infração penal recebia o nome de peculatus ou depeculatus, oriundo de período anterior à introdução da moeda, quando os animais (bois e carneiros) destinados ao sacrifício em homenagem às divindades consistiam na riqueza pública por excelência.

De acordo com Hungria[3] o crime de peculato e praticado pelo sujeito que representa o Estado na Administração Pública:

[...] é o fato do funcionário público que em razão do cargo, tem a posse de coisa móvel pertencente à administração pública ou sob a guarda desta (a qualquer título), e dela se apropria, ou a distrai do seu destino, em proveito próprio ou de outrem.

Sobre peculato, Rocha[4] aponta que: “quando a função de direito público for utilizada para atender aos interesses privados, haverá desvio de finalidade do administrador público, que deve responder pessoalmente pelo crime”.
No caso em tela, os denunciados se apropriaram do patrimônio da PMPA, qual seja viaturas, armamentos e munições para realizar sua empreitada criminosa.
Ademais, após análise das interceptações telefônicas autorizadas judicialmente resta configurada a prática de outros crimes, tais como furto qualificado por omissão uma vez o CB. PM. Arnaud e o CB. PM. Romero de serviço na VTR da PMPA, onde deveria prestar serviço de segurança pública, colabora com criminosos para o arrombamento de casas (fls. 241/245 e 279/281-v).

Furto simples
Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, até seis anos.
Furto qualificado
§ 4º Se o furto é praticado durante a noite:
Pena reclusão, de dois a oito anos.
§ 6º Se o furto é praticado:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprêgo de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas:
Pena - reclusão, de três a dez anos.


O delito de furto foi praticado na modalidade omissiva imprópria ou comissiva por omissão, pois os Militares abstiveram-se de evitar o resultando quando tinha o dever de garantia, ou seja, mediante a omissão permitiram a produção do resultado.
Os crimes comissivos por omissão ou impróprios são aqueles em que o agente tinha o dever e podia evitar o resultado danoso, tendo condições reais para evitar o dano. Nesses tipos de delito ocorre um crime material, ou seja, um crime de resultado, em que o agente omitente responde como se tivesse agido ativamente.
Neste sentindo Rogério Greco[5]:

Crimes omissivos impróprios, comissivos por omissão ou omissivos qualificados são aqueles em que, para sua configuração, é preciso que o agente possua um dever de agir para evitar o resultado. Esse dever de agir não é atribuído a qualquer pessoa, como acontece em alguns crimes omissivos próprios, a exemplo do art. 135 do Código Penal, mas tão somente àquelas que gozem do status de garantidoras da não ocorrência do resultado.


Cezar Roberto Bitencourt[6] aduz que: "nos crimes omissivos impróprios, o agente não tem simplesmente a obrigação de agir, mas a obrigação de agir para evitar um resultado”.
Damásio de Jesus[7] define os crimes comissivos por omissão como sendo: "delitos em que a punibilidade advém da circunstância de o sujeito, que a isto se encontrava obrigado, não ter evitado a produção do resultado, embora pudesse fazê-lo”.
Nos crimes comissivos por omissão a omissão consiste na transgressão de um dever jurídico de impedir o resultado que configura o fato punível, na lição de Heleno Fragoso (TJRO, RT 811/691). Além do especial dever jurídico de impedir o dano ou o perigo, é também indispensável que haja vontade de omitir a ação devida (TJSP, RT 643/276).
Ademais, os Militares CB. PM. Arnaud e o CB. PM. Romero incidiram, ainda, na conduta criminosa do Artigo 305 do Código Penal Militar, Concussão, in verbis:

Concussão
Art. 305. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.


Na concussão, o funcionário público, faz a exigência de vantagem indevida aproveitando-se do temor provocado pelo exercício da sua função. Situação verificada no caso em tela, posto que, os denunciados, aproveitaram-se da sua condição de policial militar para cobrar dinheiro de terceiros.

2.1      DO CRIME DE MILÍCIA E HOMICÍDIO

O crime de milícia não encontram correspondentes no Código Penal Militar, não se enquadram ainda em nenhuma das hipóteses previstas no art. 9º do referido Código:

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogada.
 III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica.

O crime de constituição de milícia privada está tipificado no art. 288-A do Código Penal Comum: “Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código. Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.”
Tal crime foi introduzido pela Lei nº 12.720, de 27 de setembro de 2012, e pelo seu conteúdo amplo, tratou-se em algumas condutas de uma verdadeira novatio legis incriminadora, sendo mais abrangente que o crime de bando ou quadrilha (art. 288, do CP).
Face o exposto, uma vez que o crime de milícia está fora das circunstâncias definidoras da competência da Justiça Militar do Estado, requeiro que cópia dos presentes autos sejam encaminhadas à Justiça Comum Estadual para apuração dos presentes fatos.
Desta feita, requer o representante do Ministério Público:
                  a) O recebimento da presente denúncia, citando os acusados para se defender sob pena de revelia, designando dia, hora e local para ser interrogado.
b) A notificação das testemunhas abaixo arroladas para serem inquiridas de tudo ciente o Parquet.

Belém/PA, 11 de setembro de 2017.


ARMANDO BRASIL TEIXEIRA
2º Promotor de Justiça Militar.