Em Curralinho o prefeito
É vítima e A população ré
Mamãe, no Pará eu quero ser prefeito!
Começo esta postagem com a frase acima, parodiando uma famosa canção do eterno Raul Seixas, e com ela procurar sintetizar o que ocorreu no município de Curralinho localizado no arquipélago do Marajó e o que acontece em outras plagas do Pará.
Na canção, Raul dizia que não queria ser prefeito, pois alguém poderia assassiná-lo. Já no Pará acontece o inverso, ou seja, o prefeito é que manda matar, roubar e se locupletar do erário público, pois as instituições vão lhe acoberta.
Esse imbróglio criado em Curralinho, como é sabido nacionalmente, deu-se após a reportagem exibida no programa domingueiro da Rede Globo, “Fantástico”, dando conta das mazelas administrativa naquele município perpetrada pelo prefeito Miguel Pedro Pureza Santa Maria, do PSDB e que tão logo a CGU – Controladoria Geral da União se esmerou em proceder a uma vistoria nas contas daquela prefeitura, detectando um rombo de mais de nove milhões de reais, que entrara nos cofres de referida prefeitura via governo federal, os quais não foram revestidos à população local e nem tão pouco se sabia ou se sabe de seu destino dado pelo gestor municipal, ou seja, evaporou-se purificadamente diante de uma ação cheia de graça Santa Maria.
A população ao saber que era enganada pelo alcaide que de pureza não tem nada e seus asseclas, foi às ruas pedir providências, não encontrando eco a sua voz, em razão da total ausência de qualquer autoridade representativa do Poder Executivo e Judiciário (Delegado de Policia e Juiz) e muito menos do Ministério Público (Promotor), já que os nomeados para ali e que tinham que estar presentes diuturnamente, encontravam-se distante a léguas do município. Neste ínterim, evidentemente, nenhum procedimento apuratória fora tombado, a pedido ou ex-oficio para que o prefeito fosse caso culpa tivesse denunciado e posteriormente julgado, tomando-se como cerne, a vistoria do CGU, o que já é suficientemente comprobatório do roubo ali perpetrado.
A bem da verdade, pressionado pela população já revoltosa, haja vista, ter o alcaide rasgado deixando o rombo e a desculpa de que estava cuidando de seu papai que fora acometido de uma grande “enfermidade”... “Extração de uma unha encravada”, os poucos vereadores residentes no município, resolveram fazer uma audiência pública caricata, assim ouvir os demandantes, para então em sessão especial votarem por uma investigação contra o prefeito, sendo essa, rejeitada por maioria de votos dos edis subservientes e quiçá integrantes da matula comandada pelo prefeito vilipendiador.
Diante da farsa engendrada pelos edis, a população mais revoltada exacerbou quebrando os vidros da sede da Câmara e da Prefeitura Municipal, no que para a grande imprensa paraense que para ali foi deslocada as carreiras, de vitima de assalto passou a ser denominada de vândalos e o prefeito, que é o pulverizador do erário público, como vitima do denuncismo de adversários, mesmo havendo provas de desvio das verbas dos cofres público de onde deu sumiço em mais de nove milhões. Vale ressaltar, que os mesmos jornalistas e órgãos de comunicação que assim trataram a população, foram os mesmos afiliados do conglomerado que denunciou o fato originário da denúncia do CGU em todo o território paraense. Porém, dando ênfase a ação popular, escondendo o verdadeiro marginal. Será que é por que ele está de posse de nove milhões?
O absurdo maior, porque não dizer, foi a cara de pau dos membros dos Poderes Constituídos que se deslocaram como um trem bala até aquele abandonado município, para com um aparato policial inimaginável para àquela comunidade, apurarem em tempo recorde os atos populares e colocar na cadeia os rotulados pela imprensa da catástrofe, de vândalos e mostrando nas imagens os que se atreveram a quebrar as vidraças daqueles prédios públicos, causando “grandessíssimo prejuízo” aos cofres municipais local, prejuízos esses de mais ou menos quatrocentos reais. Realmente, não podem fazer frente a nove milhões.
Enquanto a imprensa se preocupa em imputar culpa a população de Curralinho, o verdadeiro saqueador da população Miguel Pedro Pureza Santa Maria, do PSDB continua refugiado na capital sob a tutela destes organismos e das instituições mantenedoras da ordem, da decência e do bem público, para que nenhum terrorista curralinhense tente lhe fazer algum arranhãozinho, tanto é que vem prestando cinicamente entrevista jornalística dizendo não deixar o cargo em hipótese alguma.
Como bem escutei num bom bate papo a beira de campo de pelada do qual sou freqüentador assíduo: “Maga, dinheiro de corrupção, mulher bonita e melancia, ninguém come sozinho! Tu achas que esse prefeito pilantra vai vomitar a parada! Lembra-te da Constituição Paraense de 1989 quando os prefeitos eram coagidos a pedirem votos?
E é de se dizer: “A OAB/PA deveria se esmerar em ajuizar ações ou pedir providências antes que ocorram os fatos, os prevenindo de danos maiores, e não se arvorar como ave de rapina nos casos que tem repercussão na imprensa como vem fazendo para se mostrar paladino da população. Pergunta-se: “Esse prefeito não tem uma assessoria Jurídica? Ele não teria sido orientado para gastar ou não gastar os nove milhões pelo seu setor Jurídico? Esse setor Jurídico não teria apresentado um plano de despesa destes valores lembrando os pros e contras?”A OAB/PA deve pedir todas as explicações para então gritar de galo quanto a intervenção em Curralinho, e em qualquer outro caso onde haja a ação direta de seus membros, que não são poucos os de grande desvio de conduta.