quinta-feira, 10 de março de 2011


Matar ou morrer

CASO SOURE

Informações e texto de Dário Pedrosa- Soure
Um fato trágico foi registrado em Soure, na Ilha do Marajó, envolvendo uma equipe de Policiais Civis que faziam uma operação de combate ao tráfico de drogas na cidade.
O fato ocorreu na 7ª rua, entre as travessas 5 e 6, bairro Matinha, por volta das 22 horas da terça feira, 08. 
Investigações que já vinham sendo desenvolvidas a dias , pela equipe de policiais civis e militares, identificaram vários pontos de comercialização de drogas, em pontos distintos da cidade e, por determinação da Delegacia Geral, ações de combate ao tráfico deveriam ser intensificadas na região. O que passou a ser feito, com base nos dados levantados pelos policiais.
A residência que estava sob investigação e que culminou com a operação seria um dos locais usados para o comercio ilegal de drogas. Foi para lá que um grupo de sete policiais civis composta pelo Delgado Superintendente de Policia Civil dos Campos do Marajó, Felipe Smidth, os investigadores Tadeu, Osvaldo e Elias, mais o escrivão Marcos e dois outros investigadores presentes na cidade como reforço para o carnaval não identificados, dirigiram-se utilizando-se de uma viatura Hilux descaracterizada, cor cinza.
Parte da equipe preparava-se para fazer a abordagem pelos fundos da casa, avançando pela 8ª rua, em direção ao quintal da casa a pé e a outra parte faria a abordagem pela frente, chegando na viatura.
A equipe dos fundos acabou entrando na residência primeiro, momento em que o investigador Tadeu Duarte, tendo retirado a camisa e amarrado na cabeça, iniciava o percurso pelos cômodos da casa em meio a alguns tiros deflagrados por seus companheiros, como forma de intimidar qualquer tipo de reação, foi confundido como sendo um dos possíveis traficantes que estivessem no interior da residência e foi alvejado com dois tiros. Um dos quais perfurando seu tórax, no sentido da direita para a esquerda e o outro sua mão esquerda.
Ao expressar o choque, com o tiro, o policial reagiu com um grito antes de cair no chão da cozinha da casa, quando foi identificado pelos demais policiais que suspenderam fogo e partiram em socorro ao companheiro ferido que, já estava caído no chão desfalecido.
Segundo relato de populares que acompanharam a operação, os policiais tentaram reanimar Tadeu ali mesmo, envolto em muito sangue e foi possível perceber a comoção dos membros da equipe que choravam sobre o corpo do colega caído.
De imediato, o policial foi levado para o Hospital Menino Deus, mas já estava sem vida.
Uma equipe do Instituto Médico Legal Renato Chaves, que estava em Soure, foi acionada para o local. Viram o corpo no hospital e dirigiram-se para o local onde o fato ocorreu. Porém, relatos dos vizinhos do local remetem a informação de que os próprios policiais teriam lavado o local onde a situação ocorreu, eliminando os vestígios de sangue.
A pericia chegou a localizar vários projetes no local e muitas cápsulas de balas, calibre ponto 50 foram recolhidos pelos moradores nos arredores da casa. Uma das balas teria atingido a porta traseira esquerda da própria viatura usada pelos policias.
O Delegado de Salvaterra, Arilson Caetano, foi deslocado para Soure, com o objetivo de acompanhar a situação e na manhã desta quarta feira, 09, deslocou-se para Belém, acompanhando o Delegado Felipe Smidth, que apresentou-se na Delegacia Geral, apontando-se como o responsável pelo disparo que atingiu seu companheiro de operação.
Nenhuma pessoa teria sido localizada no interior da residência invadida, fora os próprios policiais. Apenas uma certa quantidade de droga teria sido encontrada e conduzida a Belém para ser entregue na Delegacia Geral, juntamente com o Delegado responsável pela operação.
O proprietário da residência, Pedro Barbosa Aragão, 56 anos, não estava no local durante a incursão policial. Chegou alguns minutos após, quando os policiais já teriam saído. Ele reclamou não ter sido comunicado pelos policiais e que nem tinha conhecimento da existência de nenhum entorpecente em sua residência, onde mora com dois outros irmãos de nomes Evandro e Edilson.
O corpo do investigador Tadeu Duarte, foi transferido, de avião, para Belém, nas primeiras horas desta quarta feira.
O caso está sob investigação e ainda não se tem o nome do Delegado que ficará encarregado de conduzir os trabalhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário