FALAR A VERDADE
MERECE CASTIGO
Em entrevista à Associação Paulista de Jornais, a Corregedora do CNJ, Ministra Eliana Calmon, criticou a Ação Direta de Inconstitucionalidade que questiona, e pretende esvaziar, os poderes daquele Conselho de punir juízes. À entidade, a digna Corregedora disse que a ADI é o "primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga".
As declarações da audaz Corregedora Eliana Calmon desconcertaram os integrantes do CNJ. A sessão plenária de terça feira começou depois das 12:00 hs, quando o habitual é às 09:00 hs. Nesse intervalo, os conselheiros ficaram em reunião administrativa, discutindo e repudiando as acusações da corajosa e sincera corregedora.
Durante a sessão, estavam presentes quinze conselheiros, tendo doze assinado a caricata nota de repúdio. Sendo que não assinaram, além da corregedora, José Luiz Munhoz, juiz do Trabalho do TRT-12, e Jefferson Kravchychyn, representante da OAB no Conselho.
A intrêmula Corregedora Eliana Calmon esteve presente à reunião, e afirmou, que as declarações dadas à Associação Paulista de Jornais, refletem, o que realmente pensa acerca do assunto. Depois, em silêncio, ouviu as críticas dos demais conselheiros. Também estava à altiva Corregedora, na sessão em que foi lida a risível nota.
Como se ver, no Brasil, falar a verdade merece castigo! Que provem o contrário!
Vejam! A coragem da corregedora Eliana Calmon em expor as vísceras do Poder Judiciário, diga-se de passagem, com muita propriedade, está sendo alvo da repulsa de alguns integrantes desse Poder que não aceitam serem fiscalizados pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, alegando que somente as corregedorias dos Tribunais têm o poder de fiscalizá-los e puni-los.
Ora! Como é sabido, o CNJ fora criado em decorrência das inúmeras queixas contra o corporativismo nos Tribunais, que não puniam e nem punem seus pares, deixando-os impunes para praticarem todos os tipos de abusos. Muitos desses magistrados, devido à impunidade, consideravam-se e consideram-se semideuses, intocáveis, plenipotentes.
Numa sociedade corrupta como a nossa, logicamente que o Poder Judiciário, não está livre de ter entre os seus aguerridos membros, verdadeiros desvairados (bandidos: pessoas sem caráter) como bem explicitou a nobre Corregedora.
A bandidagem não é só fazer parte do crime organizado, roubar galinhas, assaltar ônibus, vender cds e dvds piratas. Mas, vender sentenças, deixar de punir políticos para auferir vantagens para familiares como é rotineiramente escancarada pela imprensa nacional e internacional, perseguir àqueles que não comungam com os pensamentos e comportamento de alguns magistrados, como este humilde jornalista que na condição de servidor do Poder Judiciário do Pará, sentiu a bandidagem de magistrados a sua cata.
Chamar como fez o presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, a corregedora de leviana, é novamente dar um salto triplo carpado na hermenêutica, além de um cinismo lancinante e atroz. Pois, leviandade é dizer que não há “bandidos” (bandidos: pessoas sem caráter) infiltrado no Poder Judiciário.
Porque será que alguns, e bote alguns nisso, juízes alegam suspeição para não julgar processos que envolvam “pessoas influentes” da sociedade?
Vejam o caso da ALEPA, cinco juízes já juraram suspeição - Não estou rotulando-os com as palavras da ministra! Porque não aceitar a incumbência? Se assim continuar, neste caso, a persecução criminal prescreverá como temos visto neste estado, e se citaria inúmeros como o caso Raimundo Farias, aquele edifício que ruiu matando 45 pessoas e nada aconteceu com os responsáveis que, aliás, continuam construindo prédios e até participando de licitações como da construção dos anexos do TER-PA. Isso é culpa da Lei? Ou a corregedora Eliana Calmon está incomensuravelmente correta na sua afirmação?
Este BLOG associa-se aos milhões de brasileiros de boa índole e caráter retilíneo, para aplaudir a magnânima, intrépida e pulcra Corregedora Eliana Calmon, que do alto de sua cátedra, agindo com circunspeção feriu a própria carne para que possamos conviver com um Judiciário mais limpo e democrático, o que é grita neste País aviltrado por àquelas pessoas sem caráter infiltrados nos Poderes. PARABENS COREGEDORA!