
O ENXOFRENTO DA MARAMBAIA
Dentre as muitas
visitas que fiz a amigos neste período nazareno que vivemos e respiramos em
Belém, fui levado até a casa de um conhecidíssimo policial no bairro da
Marambaia, e ao chegar, nas apresentações, me surge à figura impoluta daquele
investigador do ócio dos plantões da Cabanagem, o qual, de bate pronto lascou: Égua! Não vou demorar, estou sentindo um
odor de enxofre danado! O que fora confirmado por mim e pelos demais
presentes. Havendo uma temperança por parte do anfitrião, de que seria tão
somente algum vento efêmero, até porque, nos encontrávamos próximo a um poste
de iluminação onde instalada estava uma caixa de som de uma rádio comunitária,
que tem em sua programação geral, palavras bíblicas.
Mas para surpresa,
gelidez e arrepio corporal do serelepe investigador, eis que surge daquela
caixa, a voz fantasmagórica e de um espírito luciferino, travestido de ordeiro,
recitando trechos da Bíblia Sagrada, como se bom samaritano fosse.
Aturdido e gélido,
o investigador perguntou ao anfitrião se ele conhecia aquela voz, tendo o mesmo
respondido que sim, e que se tratava do famigerado Jaburu Peçonhento, e de que
o mesmo se apresentava por aquele meio de comunicação como irmão de uma
comunidade cristã evangélica da qual se diz membro. Não titubeou o investigador
em arrematar: “Égua! Meu faro não me
engana quando se trata do Diabo!”.
Foi a gota d’água
para os comentários de quanto é canalha tal figura, visto sua malfadada
passagem pela Polícia Civil em duas fases, ambas, de verdadeiros descalabros,
com trairagem diversas contra seus pares, assim como ações desidiosas, como a
que lhe levou a receber chineladas de uma delegada corregedora; a intriga entre
um delegado seu ídolo hoje falecido e o então delegado geral; o sumiço do
muiraquitã; a morte de dois papagaios (aves); o afundamento de uma entidade
classista e agora, transformado um galo cego em morcego.
Como bem é sabido
nas hostes policial, o apelido de Jaburu
Peçonhento fora dado por um delegado geral, e o de Canalha, também por outro delegado Geral, ambos hoje aposentados.
No auge dos
comentários fica mais forte a fetidez de enxofre, quando o amigo anfitrião nos
diz que aquela figura mefistofélica morava a poucos metros de onde estávamos
daí, a certeza maior do investigador e minha, que corríamos risco mais uma vez
de sermos sufocados pela proximidade àquele enxofrento, fotografia em 3D de Lúcifer.
Naquele momento,
todos assustados com o mau agouro, nada mais justo do que darmos as mãos e
rezarmos o Pai Nosso e Ave Maria, e assim com o crucifixo nas mãos nos
livrarmos daquele... Canalha! Canalha! Canalha!
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