Delegado valente

Nos idos anos noventa um delegado a época dirigente maior de sua entidade de classe, ferrenho critico da administração pública em especial do executivo onde esta arraigado seu órgão funcional, não poupava bravura na condução da entidade classista ainda brotando.

Intrépido delegado e defensor de sua classe, não se acovardava em peticionar junto ao Judiciário direitos inerentes a sua categoria. Valentia essa que lhe custou inúmeros procedimentos judiciais por calúnias e difamação, ou seja, não se curvava ao despotismo de qualquer autoridade, era uma verdadeira cadela parida.

A trajetória sindical deste impávido delegado transcorria de forma magistral junto a seus pares, que o viam pela grande cabeça que ostenta, e assim, o líder nato de ações perspicazes.

Porém, nem toda horta floresce como parece, tendo em vista haverem os espíritos zombeteiros para puxarem o regador, regador este, na figura do destemido delegado.

Estes espíritos com intuito de ver o circo incendiar, criaram um factóide através da famigerada Rádio Cipó, que anunciava ser o próximo secretário de segurança pública a época da administração classista do diligente delegado, a ser combatido, um general do exercito brasileiro.

Ao sintonizar referida Rádio, eis que o delegado valente convocou em caráter de urgência seu staff para anunciar que a partir da posse do General, a associação a qual era presidente passaria ter a finalidade apenas social junto aos associados, que teriam torneios de Futebol, Dama, Xadrez, Vôlei Feminino, festas juninas com quadrilhas em arraias e sambistas no carnaval, sempre com a presença do general, que faria as entregas de medalhas e troféus aos campeões dos referidos torneios, que ostentariam o nome do mesmo, e assim, não melindrar o gereco com petições atrevidas em busca de melhorias e direitos até então vistos como necessários a categoria de delegas. 

Durante a reunião um dos diretores tido por seus pares como doido, levantou-se e aos socos na mesa de reunião e gritando disse: “Não podemos recuar”! “Temos que manter a nossa luta até as últimas conseqüências”! “Pois aqui não é a associação do medo e da fuga”! “Não é qualquer milico que vai nos acovardar”! Retrucando, o delegado presidente também alterou a voz dizendo: “Olhem”! “Se vocês aceitarem esta imbecil proposta eu estou fora da presidência e da associação”! “Pois não vou me atrever a divergir do general, tenho meus filhos para criar e não quero que minha mulher fique viúva”!

Perplexos com a “valentia” do outrora intrépido presidente, os membros da diretoria, sugeriram ao mesmo que renunciasse “in loco” a presidência, o que foi aceito sobre lagrimas pelo assustado delegado valente, o qual, teve que ingerir o seu SUBLINGUAL para não ser vitima de um mal súbito em pleno exercício do mandato classista.

Hoje, o delegado valente, na sua senilidade, limita-se a observar de longe o naufrágio de seu gene classista que não chegou a ter como algoz o propalado general.

Delegados na OAB

Três delegados da Polícia Civil do Estado do Pará, após a posse do atual governo encontraram-se casualmente na sede da OAB/PA, em que pese não sentirem simpatia entre si, passaram a dialogar sobre a conjuntura atual da Polícia Civil, mas sem deixarem de fazerem suas bravatas.

O primeiro que já fora delegado geral e politicamente influente disparou: “Queriam me dá a DPA”... “Não aceitei”... “Aquela divisão esta a quem de minhas qualidades profissionais”... “Sou de ação”!

O segundo oriundo de família de policiais que estiveram no ápice da segurança pública disse: “Não iria aceitar onde me lotara”... “Porém, fui aconselhado por minha irmã delegada a aceitar, haja vista não ter o salário de secretário incorporado como o primeiro e a recusa poderia enterrar para sempre o objetivo maior que era a delegacia geral ou a secretaria de segurança pública”.

O terceiro um grande articulista dos bastidores da seara policial, ouvia tudo em silêncio, passando as mãos em seus cabelos prateado pela Big Bem num disfarce da senilidade, foi instigado pelos dois titãs, que foram logo lhe dizendo: “Tu já sabemos”... “Pegaste bem um DAS-5”... “Vivias pra lá e pra cá com o secretário e o delegado geral’... “Soubemos até que quando noticiaram o nome do secretário editasses texto de boas vindas”... “Diz logo”... “Não esconde o jogo”... “O que foi que te deram”? Rindo e desconfiado, respondeu quase sussurrando: “Um chá”... Sem ouvirem o que dissera o acanhado delegado, insistiram como se interrogando alguém na delegacia: “O quê rapaz”? “Fala alto”! E voltou o acabrunhado a sussurrar: “Um chá”... “Pô meu, ta tirando sarro, fala alto”! “Pensa que vamos ficar com inveja”! “Diz logo”! “Deixa de onda”! “Deram-te o quê mesmo”? O delegado acuado pelas duas feras da PC, não agüentando a tortura psicológica que já chegava a seus intestinos, vomitou, como se diz no linguajar policial, já em voz aguda: “Deram-me um chá”... “Chá o quê”? Numa crise de sudorese, o delegado simplório respondeu exclamando: “Não me torturem mais”... “Não agüento esse comentário e perguntas”... “Deram-me um chá de banco”... Os dois intocáveis não tiveram outra reação a não ser... kakakakakka...kakakakak...kakakaka.

Aos meus filhos

Como assíduos e únicos leitores deste BLOG, passarei a direcionar os conteúdos aos meus sete filhos, que certamente não me enviarão comentários “Anônimos”, e sim o farão bigode a bigode como se diz no linguajar do Rádio Amador.

Com efeito, receberei muitos contos policiais e forenses, haja vista a proximidade que temos neste âmbito.

E assim, continuarei a escrever para os meus filhos lerem conteúdos como o acima, e assim evitando escrever sobre eles com elogios de coruja.

Como vou morrer jornalista, não tenho e nunca tive ânsia de números para divulgação de meus textos, e se meus filhos matem assiduidade é porque escrevo a verdade e não me acovardo.

Certamente que sete filhos vinte quatro horas ligados na internet é uma boa aceitação a um BLOG.

Continuem acessando... A PALAVRA é LIVRE.